sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Porta dos fundos

Era uma mulher, uma só beleza. Delicadeza mais do que única, especial.

Coroou minha cabeça, me tornei rei.

Em seu leito deitei, procriei e amei intensamente.

Larguei poesia, musica e cigarro... Teu corpo bastava.

Cérebro de gigante

Cor de sol

Dona das minhas neuroses.

Você sobrava, não podia ser apenas minha.

O mundo agora é seu... Regue-o com seu amor

Mas me dê paz, devolva calma ao meu coração

Vá tão facilmente assim como entrou

Só que saia pela porta dos fundos se não quiser me matar.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Sufoco e ...

Estou com vontade de voltar ao real

Eu quero minha consciência de volta

Mundos dentro de outros não quero mais

Mê de a mão

Mê devolva de onde tirou


Aonde foi parar a chave da realidade?

Eu preciso sair da escuridão

Estou ficando sufocado

Foi um passo em falso e não sei voltar.


A princípio foi no mínimo curioso

Agora eu não suporto mais

Eu não posso te amar assim

e essa é a percepção de minha volta.


Mas vou viver de quê?

domingo, 12 de dezembro de 2010

Aquário em chamas

Seu amor é meu cigarro

Eu fumo ele diminui

Eu desejo ele se quebra


Rasgue meus textos

Mate a inspiração

Mas nunca meu coração

Não se apague, não vá embora


A nicotina e sua beleza são existenciais

Pare com essa falta de afeto

Seja meu por inteiro


Você é o último do meu maço

O fogo do aquário.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Mentira pé no chão

Saboreio sim uma grande mentira. Quando me perguntam... Não tem medo de sair da realidade? Não tem medo de perder a lucidez?

Medo é pra quem não sabe voar.

A realidade é chata, burocrática e analgésica.

A realidade é uma mentira para quando a imaginação vai longe demais. Mentira para botar o pé no chão.

Felizmente, eu gosto mesmo é de voar.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Maria Clara

Eu não sei explicar!

Ela acredita no amor de Julieta, aprecia o azul e sabe muitas palavras belas.

Eu não sei explicar!

Ela traga cigarro, me mata de tanta beleza e despreza meu amor.

Eu não sei explicar!

Ela é como uma flor, mas usa de espinhos contra meu coração.

Ela anda com seu vestido curto que eu não posso tocar.

Suas palavras belas não são minhas, mas são palavras belas.

Ela é Maria, Maria Clara.

Ela é humana e tem sensibilidade de flor, mas eu não posso regar.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

apaixonado por um peixe

Meu coração é a platéia e meu amor o palco. Minha catarse solitária precisa de você para não ser apenas solitária.

Sofrer, rir, querer... Eu quero é sentir.

Meu palco que andava cheio agora vivencia um monólogo.

Meu amor é só de um!

Talvez antes tivesse um monte de ilusões e mentiras bem inventadas para evitar a solidão: justa e desnecessária.

Aspirinas não me consolam mais, só um nome.

Adeus queridos dublês, vocês não tem o cheiro.

O mar é muito grande e eu estou feliz em meu aquário.

Vamos embora único ator, eu já sei o lugar, o mundo vai ver nosso amor e o palco vai ser nosso.

Vou mandar criar um teatro submarino para que possam assistir a nossa peça.

Para os tubarões a entrada é grátis,

As baleias vão poder comer pipoca dentro do mar,

Para os peixes palhaços um pouco de tristeza,

E para você que é único, meu, ator e peixe, meu desejo de nadar.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

E o resto do mundo

Nosso amor era doce, perigoso e nosso. Em você encontrei o que tinha perdido, ou talvez, o que acreditei ter perdido sem nunca ter. Descobri o que é se sentir protegido e desejado. Eu aprendi ver o mundo em outra perspectiva. Tudo junto a ti era mais bonito e cada sorriso mais sincero. Por isso, não me mate com uma realidade inventada. Comigo você pode ser você e eu respeito seu tempo para perceber isso. Deixa eu continuar acreditando que tudo existiu!

Por isso meu bem, sinta-se a vontade. Você está em casa. A cama, os filhos e os sonhos ainda são seus. Tira seu sapato, lave seu rosto que ninguém conhece melhor que eu e nunca volte a me machucar. E lembre-se do primordial:

“sou eu, não é o resto do mundo”.

você

Nojo
Arrepio
Doença
Arrependimento

Hoje você só serve para inspirar pequenos textos.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Chá de boa noite

Boa noite, ou sei lá, depende da hora que você esteja lendo e obrigado por acompanhar minha melhor terapia, a escrita. Pelo menos agora posso pensar em tratamento de grupo se tiver dois ou mais leitores interessados.

Enfim, vou começar a desabafar!

As luzes vermelhas do meu relógio digital marcam 03:12 e não consigo dormir. Resolvi então fazer um chá diferente, chá de palavras, para buscar o sono. Vou iniciar uma escrita mecânica, subjetiva e automatica, onde vocês por intermédio do meu inconsciente terão acesso ao que tira meu sono.

A culpa é da senhora Paradoxo, ela continua com a mania de vomitar seu cérebro pela boca através daquela voz de veludo pessimamente ensaiada que me causa arrepio. Suas frases sempre me machucam e ela é incansável nisso. Infelizmente, não vou poder reproduzir o que foi dito, pois o blog é novo e não temos tanta intimidade.

Pelo menos na tentativa de fazer meu chá, percebi que as palavras são melhores e piores amigas. Elas me levam do inferno ao céu, destroem a minha noite, mas também me devolvem o sono quando as escrevo. E essa não é uma missão fácil.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

carta de fora do trilho

Ouço o barulho dos seus passos e logo você abre a porta da minha casa. Meu coração passa a pulsar como um rock bem pesado de batida perfeita. Em dois segundos nossos perfumes se misturam e o ambiente ganha um cheiro único, extremamente intenso. Com um simples toque me vejo a delirar e percebo que o significado etimológico de delírio nunca coube tão bem (sair do trilho da realidade). Dicionário nenhum descreve o que sinto quando você me diz aquelas três palavras (eu te amo) e é nessa falta de exatidão que quero me afogar.

Não existe motivo e não precisa de justificativa para estar com você. Nada no mundo equivale a estar fora do trilho e é lá que quero permanecer o resto da minha vida, apenas te amando nesse delírio inexato e prazeroso.

Eu também te amo meu amor.


(esse texto é do blog antigo, mas como ando meio fora do trilho esses dias, resolvi postar)!!!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Marcas do mundo em carne viva

O mundo é um grande corpo, onde as pessoas almejam fazer uma tatuagem para deixar sua marca registrada. Ingratidão é pensar em tristeza em seu feito relevante estar marcado no mundo e não em você ao adoecer. Lógico, essa marca foi inspirada no mundo e tem que ser retribuída a ele. Você é só o meio da inspiração e ele é ela por si próprio. O mundo é inspiração do tatuador em síntese. É o tato, visão e olfato do tatuador em momentos tristes ou felizes, é local pra sentirmos até morrer.

sábado, 16 de outubro de 2010

Texto que vai passar

Eu odeio o jeito que o tempo me devora na mudança das coisas. No passado seu sorriso era cotidiano e agora é meu maior desejo. No passado eu te tinha em minhas mãos e agora você é um passarinho a voar. No passado eu tinha seu beijo e agora eu não lembro mais o gosto de seus lábios. No passado meu telefone tocava e agora eu e só eu o ouço tocar. No passado eu tinha sua presença e agora eu tenho solidão...

No passado, ficamos no passado que não volta mais.

Passou.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Libertando as entrelinhas

Garrafas de muitos países, fumos variados e batidas de músicas gritadas são tentativas frustradas do meu ensaio tentando sair da lucidez.
O tempo de treino acabou e vai começar o show: agora eu quero lápis, liberdade e papel em minha mão para alcançar as entrelinhas!